segunda-feira, 28 de março de 2011

Nas serranias de Bornes

Barragem de Azibo

Procurando satisfazer a vontade da familia, lá fomos ao encontro de locais que lhes relembram tempos bem mais juvenis.
Destino: aldeias de Macedo de Cavaleiros.
O dia prometia. Tempos encobertos e com vários períodos de chuva (a que não faltou uma prenda dos nossos "caça-multas" para animar o dia .. mais a contribuir para os bolsos rotos da Administração Interna).
Ainda ante sde Mirandela deparamo-nos com um dos mais belos cenários de Trás-os-Montes, os magnificos olivais de Lamas de Orelhão.
Entrando nas serras de Bornes, as zonas de Vale Benfeito, Vilar do Monte e Castelãos são paisagisticamente tão sublimes e de uma beleza tão ímpar que nos fez sentir em tal harmonia... 1ºpensamento: "tenho de tirar férias e vir calcorrear estes montes e vales".
Castelãos é uma aldeia belissima e num pequeno monte encontra-se a capela de São Marcos, que nos dá uma panorâmica ímpar a 260º. Seguimos para a aldeia de Peredo, raízes familiares assim o pediam e em muito boa hora, pois esta Serra de Bornes esconde em seus mantos tão lindos encantos que me dá uma vontade tremenda de ser novamente criança, deixar de ter responsabilidades e percorrê-los dias a fio.
Em  Peredo almoçaram numa residêncial/restaurante local. E segundo os meus familiares apesar de ser muito barato, o almoço que lhes foram servidos eram tipicos da região e de grande 'sustança'. Fica o nome Saldanha. Esta gente sente tanto a falta dos seus, que quando passa por aqui alguém são logo apresentados a toda a vizinhança.
Segue-se o belissimo vale e barragem de Camba, com a urze em todo o seu esplendor.
Com destino firmado para a Paisagem Protegida da Barragem do Azibo, lá fomos percorrendo mais um belo cenário idilico.
Retomando o caminho de casa, não podia de modo algum ficar indiferente ao magnificos morros que majestosamente se apresentam ao lado direito da IP4, após Mirandela. Fica a vontade e a promessa de o blog serranias tirar três dias e percorrer sem destino a Serra de Santa Comba, entres as freguesias de Deimãos e Suçães. Tem locais tão sujetivos como: as suas muitas fragas, o Alto do Picoto, o Alto do Rebelo, o Alto do Arrasto e S.Pedro de Veiga de Lila.
Foi mais um belissimo dia ... de chuva.

a aldeia de Castelãos com Macedo de Cavaleiros ao fundo

junto à Capela de São Marcos

fonte no Largo da Roda em Castelãos

vale do Camba

a caminho da Barragem do Camba

parque de lazer na praia fluival da Barragem do Azibo

pombal alusivo às personagens locais, os Caretos

segunda-feira, 21 de março de 2011

As casarotas da Serra Amarela

Do Paulo do Vidoal fascina-nos a albufeira de Vilarinho das furnas
e o belissima ribeira com o mesmo nome

Eram 05:30 e ainda a lua nos clariava com toda a intensidade.
Como amante da natureza e da vida não poderia perder tal espectáculo. Lá dizem os mais antigos que "levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer" e entretanto a aurora já me acordara.

O blog 'Serranias' propôs-se a calcorrear pelos encantos mais agretes da Serra Amarela, fazendo parte do Trilho das Casarotas.
Como não poderia deixar de ser e porque me é muito especial, o percurso automóvel até ao início da aventura foi feito por Mixões da Serra.Como amo este pedaço de terra, reporta-me à minha juventude e aos muitos bons momentos que por estas bandas passei. Fica a promessa de ainda este ano, percorrer toda esta serrania e depois trazer cá o grupo 'Vamos Ali'.
 Chegados a Brufe os vicios citadinos da minha parceira de caminha, levou-nos a procurar um cafézito. Na ausência do mesmo fomos convidados pelo Sr.Manuel, a servir-nos na sede da junta local. O Sr. António lá serviu os cafézitos, após a máquina aquecer e lá fomos trocando dois dedos de conversa (quase uma hora). O Sr.Manuel (presidente da junta), após relatar vários acontecimentos da sua já muito aventurada vida e de vários episódios locais; mal me referi às Casarotas, apressou-se logo a relatar que fora ele quem andou no terreno a ajudar a definir e a marcar o percurso.
Posto isto iniciamos a marcha.
Poucas centenas de metros haviamos feitos e vejo à frente a minha parceira a sobressaltar-se. Aproximo-me rapidamente e sem certezas absolutas pareceram-me duas cobras-lisas-europeias, mas esconderam-se pelas pedras. Prosseguindo pelos carreteiros, avistam-se primeiro as Silhas e depois as Pontes. Inventando um pouco e porque o local assim aclamava, saimos do trilho até para junto do Peito de Gemessura, que imponência bravia e agreste. Retomando caminho já perto da Corga de Trás, lá fomos seguindo os vários castelinhos e mariolhas, passando pela chã e Mata Porcos até à Chã do Salgueiral -as Casarotas.
Disse-nos o autarca local que estes abrigos, apesar de parecerem abrigos de pastores, a sua construção deve-se ao facto de serem estrururas de suporte utilizadas pelos homens da fronteira da Portela da Amarela. E daí a existência dos muros baixos, mas largos neste local. Muros esses que passam despercebidos aos visitantes. E por essa mesma razão durante algum tempo esta aldeia não forneceu homens aos nossos exércitos, pois eram necessários nesta defesa. Lutas pela posse de terras entre portugueses e espanhóis. Mas a Amarela é nossa. Daqui já se maravinha a sudeste com a albufeira de Vilarinho das Furnas e os seus múltiplos encantos. Segue-se uma chã de gado (não posso designar de branda) e o imponente Muro e éis a Louriça. O ponto mais alto da Serra Amarela, a 1.359 m de altitude. Daqui avista-se de Ponte da Barca a Ponte de Lima, Do Alto da Pedrada às brandas de Castro Laboreiro, de Sta Eufémia à Nevosa, do Pé de Medela ao Mourô...
Retomando o percurso inverso, ainda antes das Casarotas vai-se pelo Curral dos Figos, passando entre a Carvalhinha e os Carvalhinhos. Avistam-se cabras, 'garranos', cães e pastores. Chega-se à povoação de Cortinhas e toma-se a estrada municipal até Brufe, início do trilho.
Para não fazer o percurso automóvel inverso, viemos por S.João do Campo do Gerês.
Um breve, até já.












segunda-feira, 14 de março de 2011

Vidoal- Borrageiro- Messe- Leonte

No passado domingo o blog "serranias" foi calcorrear para belos prados geresianos.
O traçado delineado era algo curto e sem grande dificuldade.
Já longe se avistava muito nevoeiro para as terras mais altas da nossa serra.
Saidos de Leonte, lá ascendemos até o prado do Vidoal (importa recordar que ainda mal tinha iniciado a trilha e já encontrara excremento de lobo ... um excelente sinal ... sinal que por certo as alcateias estão a aumentar os seus números de individuos). Chegados a este primeiro prado, pensei seriamente se valeria avançar com a rota, pois por largos períodos o nevoeiro era tão denso que mal se via.
Primeiro temia pela segurança da pessoa guiada. E segundo, assim sendo não lhe mostraria muita da beleza geresiana.
Após uma breve apresentação das condições e obstáculos deparados, lá prosseguimos avante para Chã da Fonte. Como me é reconfortante presentear alguém com a panorâmica 'in loco' do Camalhão. Mais adiante por sua vontade ficamos pelas fraldas do Borrageiro, imponente a 1.430 metros.
A Lomba do Pau estava a agoirava algo de mágico. Começam a surgir os primeiros pedaços de neve e éis que começa a nevar .. foi mágico, ter um campo de visão por vezes tão diminuto e os primeiros flocos de neve do dia cairem do céu, como se algo mais se tratasse. E mais adiante das linhas de água vindas das Lamas Borrageiras, estava o melhor espectáculo.
Seguimos por uma breve visita ao curral local.
A curiosidade levou-nos a afastar um pouco do trilho, esquecemos o Conho e cortamos caminho até, descendo a meia encosta do Ribeiro do Porto das Vacas. Retomamos de novo a rota e o velho trilho que passando pelo Curral de Pedra , nos leva até Messe. Nesta zonas de menor cota a chuva apressou-nos o passo.
Em Messe o sol já aparecera de novo. Já bastantes molhados, não nos detivemos em parar e repousar um pouco e temperar algumas energias (não que a caminhada assim o necessitasse).
Prosseguimos pelo Lombo do burro acima, via-se adiante destacado o Cabeço do Cantarelo.
Já na Costa Sabrosa é sempre um enorme prazer deliciarmos com a imponência do majestoso Pé de Medela, as suas ingremes vertentes e as suas espetaculares formas graníticas, frutas das mais diversas erosões.
Chegados à Albergaria, prosseguimos até Leonte.
Fim do trilho.


sexta-feira, 11 de março de 2011

Cidade da Calcedónia

Depois de um bom descanso nocturno em chão duro (tenda e saco-cama, mas sem colchonete), reforçam-se as energias com um bom pequeno almoço, desmonta-se pernoita e pés a caminho. Eram quase 9 h da manhã e teria de estar àntes das 10:30 h em Covide. Porém os companheiros de marcha para o dia, vindos do Porto estavam bastante atrasados .. hábitos citadinos .
Como ainda era cedo, fui caminhar mais um pouco até a abertura Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas. Nada melhor que aproveitar o tempo para conhecer as suas gentes, os seus costumes, a sua história e as suas origens.
Posto isto, marcha lenta até Covide, onde já me aguardavam.
Após uma breve confraternização, lá fomos calcorrear os trilhos da esquecida Cidade da Calcedónia.
Sem pressas e com grande espírito de grupo, a alegria reinava em paisagens são sublimes. Entretanto desparamos com um longo grupo de escuteiros que por ali andavam à descoberta -eram de Braga. E mais adiante partilhamos caminho até à Fenda da Cidade da Calcedónia com um outros grupo; que ao que vim a saber tinhamos colegas de montanha em comum, pessoal do NAventuras.

Com um breve até já, lá nos dividimos: eles seguindo o trilho para Covide e nós perseguindo os objectivos traçados (a grande fenda e o topo da Cidade da Calcedónia).
A majestosa fenda já nos aguardava para nos agraciar com sua imponência. Posto o 1ºponto cumprido, segue-se o topo da Calcedónia e a meio caminho repousar e temperar forças .. a fome já apertava.
Que panorâmica fantástica
excepção feita, às manchas negras que os incêndios do último ano assombraram tão belissimas paisagens.
Aí no topo os seguidores do geocaching lá encontraram o seu tesouro. E posto isto, retomamos caminho até final no trilho. Sendo que dois marmanjos decidiram correr monte abaixo em alta velocidade, para não fugir à regra era um deles e o outro tratava-se do senhor guia.

Foi mais uma aventura fabulosa com o Vamos Ali.


Passando a S.Bento

No passado fim de semana comprometi-me a realizar  "o caminho de peregrinação a S.Bento da Porta Aberta".
Apetrechei a mochila com o necessário e mais qualquer coisita (14,200 kgs) e ainda antes do levantar da aurora já me fazia ao caminho. Até a Famalicão ainda eram uns quilometrozinhos, depois Braga; onde a seguir ao quartel se toma um caminho pelo meio das pedreiras até Adaúfe. Os pés estavam tão quentes, leveva botas de montanha, que soube muito bem descansar 40 minutos. Daí a Santa Marta de Bouro fez-se quase tudo pela indesejada estrada nacional ... e aí toma-se de assalto o verdadeiro Caminho da Peregrinação, passando pela Abadia até S.Bento da Porta Aberta.
È uma região belissima e muitos encantos e o esforço que estava a empregar era pouco relevante.
Antes do santuário da Abadia troquei durante um largo período dois dedos de conversa com um senhor muito simpático que vive em Braga, mas com casa e raízes familiares na serra; e lá se passou mais uma hora. Segue-se a Abadia, as suas capelinhas e o seu santuário.
Éis que estou perante a etapa mais dura, o chamado arrebentão.

São cerca de 600 metros de desnivel até ao alto do Formigueiro, meio caminho até S.Bento. São necessárias todas as nossas forças e 'os catorze kgs mais parecem toneladas'. Veêm-se cabras, garranos ... delicia-me imenso estes cenários, como as muitas laranjas que apanhei pelo caminho. Estou no Formigueiro .. trilho nem vê-lo, já antes quase não existia, mas também não era nada de mais; nada que um bom sentido de orientação não resolva.
Entretanto vê-se lá ao fundo p'ra sudeste a Caniçada e mais adiante S.Bento da Porta Aberta.
Toca a descer e a enviar msg's para os colegas roerem de inveja.
Chego ao Santuário.
Em ritmo de caminhada foram necessárias 8h20 até aqui.
Relaxa-se um pouco e toma-se finalmente a parte final até o parque de campismo da Cerdeira em S.João do Campo do Gerês (+ 10kms), num total de quase 70 kms.

Éis algumas fotos

quinta-feira, 3 de março de 2011

Serra da Peneda

socalcos da gavieira

as pias da rajada

encantos do maciço da Peneda

Tudo em família ;-)

o vale do Pomba