No passado dia 29 de Abril realizei o GR Peneda-Soajo "non stop".
Foi um dia de muito sol e calor de manhã, com chuvas intensas (a partir do meio-dia) e grande queda de granizo entre S.Bento do Cando e Lamas do Vez
Tive de fazer o reconhecimento, pois o track que se desenhou não era o mais correcto, mas ajuda sempre (e obrigado caro JJ pela ajuda) e gosto de calcorrear o mais correcto possivel.
Trata-se de um trilho de 77 kms reais (não falo do que fiz), e com subidas acumuladas bem superiores aos três mil metros.
Partindo junto da Porta do Mezio, segue-se o seu belissimo bosque e depois as várias povoações da freguesia do Soajo. Ao passar na aldeia da Várzea já se começava a sentir o temporal que por aí vinha e ainda antes do Beleiral tive de sacar o impermeável. A chuva era tanta e tão intensa que na Peneda aproveitei para almoçar e meter conversa fiada com um habitante local demoradamente. Após 3/4 de hora a "afiar o dente", pareceu-nos que o temporal se iri dicipar e lá decidi ir avante. Subir a Meadinha foi algo duro, não pela sua inclinação, mas pelo facto de a laje estar muito escorregadia . E chegado ao Pântano o mais belo espectáculo do dia, protagonizado pelas nossas adoráveis rãs.
FABULOSO e
IDÍLICO. Que harmonia celestial. Que bem que soube repousar ali um pouco, todo encharcado ...
mas maravilhado.
Segue-se a perigosa descida até o Pomba e a passagem pelas moreias até S.Bento do Cando.
Entra-se no maravilhoso mundo da Serra da Peneda pelas Lamas do Vez, Brandas do Real e Furado, Lapinheira e estamos na descida para Porta Cova e, logo mais, Padrão e o Belissimo Sistelo.
Já se começava a fazer tarde. Inicei a marcha tarde e ainda tive de parar algumas vezes para retemperar forças, conversar um ou outro habitante e abrigar-me da intempérie.
Segue-se Lordelo e a dura subida para Avelar. Aqui ofereceram-me abrigo, iguarias, petiscos e licores dos deuses, mas o meu plano era outro. Novamente retorquiram para que não entrasse de novo pela montanha pois já se fazia noite e a zona andava muito perigosa. Recordou um dos jovens, de seu nome João: que ainda há bem pouco tempo os lobos haviam matado uma burra de uma tia sua; e o outro João: que um compadre seu ficou ainda no outro dia sem um forte porco selvagem.
Como pai de familia que sou, não sou a única pessoa a depender de mim e de facto era bem mais sensato, não realizar os últimos 10kms (já levava 70kms nas pernas e 3.600 metros de subidas acumuladas). Juntei-me aos homens e lá se confrartenizou por mais de uma hora e depois é de enaltecer a bondade destas pessoas que me levaram até à Porta do Mezio, onde tinha o meu veículo.
Encontramo-nos por essas serranias