quinta-feira, 23 de junho de 2011

No topo do norte de Portugal


No passado domingo, dia 19, propus-me a percorrer toda a Linha de Fronteira da nossa Serra do Gerês.
Iniciando a marcha já quase uma hora depois do que havia programado, lá parti da Portela do Homem; tomando um trilho à esquerda antes do rio (Homem). Ascende-se sempre até se chegar à cumeada e respectiva linha de fronteira Portugal/España. Um trilho sem qualquer dificuldade de orientação pelos sucessivos marcos e muros de divisão dos povos irmãos.
Deparamo-nos com  contantes belissimas varandas que nos deslumbram, tais são os seus muitos encantos e o que nos proporcionam.
É majestoso sentirmo-nos pequenos na grandeza do Vale do Homem.
E isto, é Portugal. O nosso Gerês. E ainda nos querem restringir ao seu acesso.
("Pobres coitados de cú na cadeira" .. desejo ao menos que tenham secretária para apoiarem os braços, a queda pode ser dolorosa e por vezes fatal)  
 Urje Saber Preservar

Continuando por este encanto de rochas, ninguém consegue ficar indiferente. e como seres livres que ainda somos: poucas coisas na vida me dão tanto gozo e prazer. Correr, saltar, parar, observar e imaginar ... como é delicioso.
Quando damos por ela temos logo ali em baixo à nossa esquerda, as minas das Sombras. (Como os tempos mudaram). Entramos na Corga da Amoreira, momentos após de termos avistado o Curral das Albas .. e estamos, pelos menos para mim, perante o troço mais difícil de toda a trilha até ao Pico do Sobreiro(1.538m): ausência de trilho, muita rocha e matos diversos.
aqui desfrutamos de uma panorâmica priveligiada da represa dos Carris e sua envolvência. Segue-se a dura descida até à nascente das Negras e o desejado apelo pela chegada ao Pico da Nevosa.
Éis a chegada ao Topo do Norte de Portugal, a Nevosa (a 1.548 metros de altitude). Cheguei uma hora depois do programado. Aqui embebedamo-nos de uma das mais fascinantes panorâmicas existentes em Portugal. Uma visão previligiada das serras do Gerês e Xurés. Um realizar de sonhos muito vastos. Aproveitei para degustar/relaxar/ e reler os mapas apreciando o que ainda teria de percorrer. Entretanto passou-se mais uma hora e como tal decidi fazer bem menos.
Retomei caminho e pouco depois já estava no vale da Corga da Biduiça, marco de fronteira nº 149. Consciencializei-me de que não deveria avançar mais e logo quando me começava a sentir melhor fisicamente em toda a jornada. Percorri parte da cumeada entre as corgas da Biduiça e de Lamelas e depois convergi para as Negras. Apesar de calcorrear  muitas vezes por estas bandas, nunca haveria penetrado no seu curral -lindissimo diga-se de passagem.
A caminho, ainda hesitei romper corga acima até à lagoa dos Carris. Mas retomei os percursos tradicionais, passando pela lamacenta Ribeiras das Negras e contorno do Salto do Lobo, que antes da imensa 'várzea' de Lamalonga, se toma um dos trilho mais conhecidos até aos Carris pelas suas lavarias.
Seguindo-se a descida do duro estradão que ligava os Carris à civilização.
Ainda não eram 17:00 e já estava no fim da trilha, temperado II milhas antes pela única fonte existente em toda a jornada.
Hora de voltar para junto da Família.

Marco de Fronteira

Barragem de Vilarinho das Furnas

Formas graníticas

Minas das Sombras

Linha de Fronteira, a chegar ao Pico do Sobreiro

Represa dos Carris

Prados de Marabaixo, na Serra de Xurés

Pico da Nevosa, a 1.548 metros

Vale da Corga da Biduiça

Curral das Negras

Abrigo nas Negras

Várzea de Lamalonga

Penedo da Saudade

Vale do Homem

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Serra da Cabreira

Aproveitou-se um dia livre para se ir caminhar alegremente com a familia nas serranias da Serra da Cabreira.
Uma caminhada onde o fundamental era o lazer da mais pequena.
Ela adora caminhar na montanha, e estes montes são-lhe muito favorávéis para à vontade correr livremente.
Algumas fotos:

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Brandas da Peneda


Calcorreando nas serranias da Peneda.
Era Domingo.
Enquanto que a maioria vai aos banhos de sol, uns buscam a paz, a beleza e a serenidade por belos encantos serranos. Iniciamos nossa trilha na povoação de Rouças (Gavieira); objectivo realizar o Trilho das Brandas e inserir uns complementos. Toma-se marcha por um um antigo caminho ladeado de muros até à Branda de Gorbelas. É um cenário idílico; a serra começa absorver-nos com seus encantos e suas imponências. Segue-se a ímpar Branda de Seida, uma branda de gado ideal para uma boa pernoita em comunhão com a natureza; aproveitamos seu encanto para nos deliciarmos com nossas ementas (para mim sandes e fruta). Mais adiante surge-nos o grande Fojo de Seida (o chamado fojo da Pedrada, por muitos), Outeiro Maior e o Alto da Pedrada (1.416 metros de altitude e a maior elevação de toda a Serra da Peneda).
Do Alto da Pedrada a imagem é magnifica, avistando claramente, os Bicos do Soajo, o Vale do Rasmiscal e o seu fojo de paredes convergentes, os altos de Bragadela, Peneda, Mourim, Outeiro Alvo, o ensemble de Salas, o estradão das Sombras, os cornos da Fonte Fria e o ponto mais alto do norte de Portugal (a Nevosa, com os seus imponentes 1.545 m), para além do Vale do Homem. Mas nada deslumbra tanto como como as nascentes do Vez, com tojo perfeitamente 'plantado' e uma bela apresentação de blocos erráticos. Em todo este encanto é de notar a grande concentração de gado vacum e cavalum e de muitos membros novos - um paraíso muito apreciado pelos nossos muito defendidos canis lupus.
Ao longe avista-se lá para os lados das brandas de Lamelas/Gêmea uma águia, ao que me parece uma águia-de-bonelli .. Que Alegria.
Vai-se "afiando o dente" e entretanto estamos na Branda de Bosgalinhas, prontamente aproveitado para se retemperar algumas energias. E segue-se caminho para Tomão da Fraga. Como é maravilhoso se observar daqui a imponente cadeia de Fragas do Ramisquedo. Passando esta branda da Junqueira, éis que seguindo pelo antigo caminho, o mesmo se encontra completamente fechado por giestas e o qual desaconselho vivamente. Mas cumprimo-lo. Foram cerca de 600 metros muito sofrivéis até perto de Rouças.
E a aldeia era já ali.

Aproveitamos no final para ir ao cafézito local e meter dois dedos longos de conversa  com o proprietário, tema de conversa: essencialmete lobos.

E o Vamos Ali não pára, confraternizando com todos os amantes da natureza