segunda-feira, 21 de março de 2011

As casarotas da Serra Amarela

Do Paulo do Vidoal fascina-nos a albufeira de Vilarinho das furnas
e o belissima ribeira com o mesmo nome

Eram 05:30 e ainda a lua nos clariava com toda a intensidade.
Como amante da natureza e da vida não poderia perder tal espectáculo. Lá dizem os mais antigos que "levantar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer" e entretanto a aurora já me acordara.

O blog 'Serranias' propôs-se a calcorrear pelos encantos mais agretes da Serra Amarela, fazendo parte do Trilho das Casarotas.
Como não poderia deixar de ser e porque me é muito especial, o percurso automóvel até ao início da aventura foi feito por Mixões da Serra.Como amo este pedaço de terra, reporta-me à minha juventude e aos muitos bons momentos que por estas bandas passei. Fica a promessa de ainda este ano, percorrer toda esta serrania e depois trazer cá o grupo 'Vamos Ali'.
 Chegados a Brufe os vicios citadinos da minha parceira de caminha, levou-nos a procurar um cafézito. Na ausência do mesmo fomos convidados pelo Sr.Manuel, a servir-nos na sede da junta local. O Sr. António lá serviu os cafézitos, após a máquina aquecer e lá fomos trocando dois dedos de conversa (quase uma hora). O Sr.Manuel (presidente da junta), após relatar vários acontecimentos da sua já muito aventurada vida e de vários episódios locais; mal me referi às Casarotas, apressou-se logo a relatar que fora ele quem andou no terreno a ajudar a definir e a marcar o percurso.
Posto isto iniciamos a marcha.
Poucas centenas de metros haviamos feitos e vejo à frente a minha parceira a sobressaltar-se. Aproximo-me rapidamente e sem certezas absolutas pareceram-me duas cobras-lisas-europeias, mas esconderam-se pelas pedras. Prosseguindo pelos carreteiros, avistam-se primeiro as Silhas e depois as Pontes. Inventando um pouco e porque o local assim aclamava, saimos do trilho até para junto do Peito de Gemessura, que imponência bravia e agreste. Retomando caminho já perto da Corga de Trás, lá fomos seguindo os vários castelinhos e mariolhas, passando pela chã e Mata Porcos até à Chã do Salgueiral -as Casarotas.
Disse-nos o autarca local que estes abrigos, apesar de parecerem abrigos de pastores, a sua construção deve-se ao facto de serem estrururas de suporte utilizadas pelos homens da fronteira da Portela da Amarela. E daí a existência dos muros baixos, mas largos neste local. Muros esses que passam despercebidos aos visitantes. E por essa mesma razão durante algum tempo esta aldeia não forneceu homens aos nossos exércitos, pois eram necessários nesta defesa. Lutas pela posse de terras entre portugueses e espanhóis. Mas a Amarela é nossa. Daqui já se maravinha a sudeste com a albufeira de Vilarinho das Furnas e os seus múltiplos encantos. Segue-se uma chã de gado (não posso designar de branda) e o imponente Muro e éis a Louriça. O ponto mais alto da Serra Amarela, a 1.359 m de altitude. Daqui avista-se de Ponte da Barca a Ponte de Lima, Do Alto da Pedrada às brandas de Castro Laboreiro, de Sta Eufémia à Nevosa, do Pé de Medela ao Mourô...
Retomando o percurso inverso, ainda antes das Casarotas vai-se pelo Curral dos Figos, passando entre a Carvalhinha e os Carvalhinhos. Avistam-se cabras, 'garranos', cães e pastores. Chega-se à povoação de Cortinhas e toma-se a estrada municipal até Brufe, início do trilho.
Para não fazer o percurso automóvel inverso, viemos por S.João do Campo do Gerês.
Um breve, até já.












6 comentários:

  1. Essa zona da Serra Amarela é fascinante!Passaram no Ramisquedo?é sem duvida uma das mais bonitas zonas de Gerês,muito pouca conhecida ainda.
    Abraço,
    João Dias

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  2. Bom dia :)

    Só boa vidinha por aí! :)
    Muito bem!!!

    Para quando o GR28 non stop? :)

    Abraço

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  3. Esata zona acho que seria boa para o "nosso" projecto..... que dizes?

    Continuação de boas aventuras

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  4. Caro João Dias, não não passamos ao Ramisquedo, mas estvamos relativamente perto. Utilizei a Louriça para apresentar de uma forma bem mais clara, por ser para mim uma espécie de centro do PNPG, o Parque e as zonas espanholas à minha parceira. Deixa a Primavera florir (e esconder um pouco das tristezas que abundam nestes lados) e irei calcorrear a Mata de Cabril e o encanto do Ramisquedo
    Aquele abraço

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  5. Caro JJ
    em relação ao Gr.28 só é pena aquela zona entre Arouca e Alvarenga, pois 70% do trajecto é em asfalto. Mas pensa nisso para Maio ou Junho _seriam boas hipóteses

    Entre outras actividades em Abril irei fazer a Geira Romana, de Dornelas/Amares a (talvez)Lobios ou mais um pouco »non stop;
    em inícios de Maio se mais ninguém participar irei realizar o GR Peneda-Soajo, 77 kms »non stop ...será de elevada dureza;
    e na segunda quinzena estarei de férias e vou ver se a minha parceira me libera uma semana para realizar os Caminhos de Santiago, Começando em Gaia(vou de comboio até ao Porto)e depois de Compostela, venho por Lobios, percorrendo o trajecto da Via Nova Romana
    Abraço

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  6. Carissimo Jorge sem dúvida que seria excelente, só peca por ter muita zona ardida; mas tal facto é-nos alheio
    Temos de tratar disso o quanto antes
    ..mas olha que este f.semana em principio estarei para Trás-os-Montes, a minha patroa quer relembrar locais de férias de juventude e lá iremos para Macedo de Cavaleiros e tal Azibo
    (nunca lá foi, creio eu).
    Aquele abraço
    e até breve

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