domingo, 17 de outubro de 2010

O Lince-Ibérico

O lince-ibérico (Lynx pardinus) é um felídeo com um porte muito maior do que um gato doméstico e tem o seu habitat unicamente na Peninsula Ibérica. Também conhecido pelos nomes populares de Cerval, lobo-cerval, gato-fantasma, gato-cerval, nunca-te-vi, liberne, gato-cravo ou gato-lince, é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados.
Actualmente existem pouco mais de uma centena dos da sua espécie em liberdade por toda a Península Ibérica.
Aparentemente encontra-se extinto em Portugal, segundo relatos nesse sentido desde meados da década de 80 do século anterior (que entetanto foram descredibilizados, pois não tinham qualquer fundamento verossímel, como irei à frente apresentar).

O lince-ibérico existe somente em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa), resultado da fragmentação do seu habitat natural devido a factores
antropogénicos . Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo prazo.
A sua dieta alimentar é composta essencialmente por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo
Em Portugal, podemos o encontrar na Serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.
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Este felino habita no matagal mediterrânico e prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça e raramente circula por plantações de espécies arbóreas exóticas , tipo eucaliptais e pinhais.
Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que também se alimenta.

Sobre si
É um animal essencialmente nocturno e um trepador exímio, podendo por dia deslocar-se cerca de 7 km. Normalmente os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.
Quanto aos seus períodos reprodutivos: os acasalamentos, embora pouco frequentes, ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias, os quais recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar.
Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais. Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.


O lince-ibérico é actualmente uma das espécies mais ameaçadas do planeta, sendo a espécie de felídeo mais ameaçada do mundo e o carnívoro mais ameacado da Europa. Em Portugal, a espécie vive numa situação de "pré-extinção"

são várias as ameaças à sua subsistência, mas a principal resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose; e posteriormente, a pneumonia hemorrágica viral, que afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a grave situação deste felino.
Outras ameaças  a ter em conta são: a utilização de armadilhas, a caça ilegal ( "os ditos prémios" ), atropelamentos...

Por estas razões e outras ainda não mencionadas, no nosso País, a espécie permanece com o estatuto de Criticamente Ameaçada, de acordo com a última edição do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, de 2006.

Já a Quercus considerou a espécie inexistente em Portugal em 2007, como resposta à criação tardia do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico em Portugal, promovida pelo governo português.

Em termos de evolução populacional, as estimativas do número total de linces-ibéricos desde 1969 (apenas contabilisando os que estão no seu estado selvagem), tem vindo desde esse referido ano a sofrer uma queda muita acentuada de vários milhares a pouco mais de uma centena de espécies em 2006. Todavia, já em 1995, segundo Nowell e Jackson em Portugal não deveriam existir sequer 100 espécies, já na vizinha Espanha a população seria de 1200.

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Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha

Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince , que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico. O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional.

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