sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dando a conhecer as serranias da Peneda

Lameirões no Vale Glaciário do Vez
Estava prometido há meses, mas as circunstâncias da vida não permitiram a sua realização antes
Chegada à Sra da Guia, estavam 2º positivos de temperatura ambiente e os solos cobertos de gelo e geada.
A rota por mim definida continha 20,5 milhas de distância, com acumulados ascendentes superiores a 1.500 metros.
Cumpriram-se somente 17,5 milhas e cerca de 1.200 metros de ascendente

Inicia-se a caminhada e apesar do frio, demonstram estar radiantes com os desfios que se lhes adivinham. fiz questão de a cada passo dado lhes narrar o pouco que conheço das paisagens que iamos percorrendo.
O primeiro ponto de interesse foi sem qualquer dúvida, os blocos erráticos existentes em todo este magnífico vale. Tal fenómeno geológico que nos remonta a quando a terceira grande fase da desglaciação da Terra faz-nos perceber como estes grandes blocos de rocha eram transpostados pelos gelos e por vezes a grandes distâncias.
Blocos erráticos no Vale Glaciário do Vez
 Seguem-se as brandas do Furado e depois a do Real, belíssima em dias de neve. Estamos em paisagens deslumbrantes e de muitos encantos. Vêem-se em tão belo cenário gado bovino e é claro garranos. Da margem direita do Vez vê-se imponente o Outeiro de Bois, a quem ninguém fica indiferente. Por fim, encontramo-nos perante a parte mais dificil do dia, a subida ao Alto da Peneda. Seguindo um antigo trilho quase todo fechado, ascendemos em paralelo com uma linha de água -que por estes dias invernais nos prenda com uma pequena, mas bela cascata
éis o ponto mais alto do dia (1374 m) e após o baptismo obrigatório da subida ao marco geodésico, fomos percorrendo os castelinhos, à procura de um antiga caminho que aparece no fabuloso trabalho de campo cartográfico de 1949; iniciando a sua busca pela Garganto do Eiró.
Valeu largamente o esforço, a imagem da passagem fala por si
Caminhando ao longo da Corga do Portal Lameira, seguimos para a Branda de Bosgalinhas e depois São Bento do Cando. Local apropriado para retemperar forças.
Infelizmente desta vez o café local estava fechado.
Segue-se a descida para o Rio pomba, passado pelas moreias e vegetação muito húmida e densa. Entra-se numa zona de carvalhal, que mais parecem flores de Outono; é a Lameira dos Carvalhos ... e é impressionante a cortina imponente do maciço central da Peneda.
Após a passagem do Pomba (815 m) sobe-se para a Chã do Monte (1.024 m). Sucedem-se os pequenos pântanos e a sublime antiga mini-hidrica da povoação da Peneda

Aqui nem o melhor dos guias precisa de expressar as suas palavras. O encanto natural e construido é de tal forma idílico, que os 'turistas' sentem-se no Olimpo Herminio. É verdade, sentem-se na casa dos deuses celestiais, muito para além do que vai na nossa imaginação humana. As pessoas dão aso às maravilhas que os seus olhos deslumbram e os seus corpos sentem.
Como infelizmente, já havia alguém muito cansado, optei por percorrer o caminho dos romeiros até à Bouça dos homens

em vez de seguir até às fragas da Meadinha e Santuário da Nossa Senhora da Peneda e subir o maciço pelo Colado da Fonte.
O fascinio dos visitantes ia-se sucedendo a cada passo e ninguém consegue ficar indiferente à Penameda Pequena (1.268 m), trata-se de um afloramente rochoso único.

Depois de atravessado o rio Milharas. Lembro que este pequeno rio durante o seu pequeno curso, é designado por 4 nomes: Milharas, Pomba, Grande e Veiga.
Estavamos na recta final, em direcção ao Batateiro. Entra-se no famoso pinhal do megalítico,
reconhecidamente o 2º local mais importante em todo o concelho de Melgaço, no que toca a vestígios dos nossos antepassados, depois de Castro Laboreiro.
Um último esforço até ao marco geodésico da Cesta (1.132 m). apesar da noite que já se começava a abater, em especial dos pontos mais altos; estes já sem qualquer raio de visão. era perceptível pelas suas distâncias o esforço fisico e mental que os convidados tiveram de suportar, para além do muito frio que se fazia sentir.
Segue-se a Branda da Aveleira, passando pelo rio do mesmo nome. Era a terceira vez num dia, numa mesma caminhada, que tais passagens eram feitas por pedras sobre as linhas de água.
É um privilégio ter sido eu a mostrar tal aldeia a pessoas que muito provavelmente a usufruirão como destino turístico no futuro.
Por fim, é chegada ao ponto de partida, com cerca de quatro dezenas de animais à nossa espera, felicitando os aventureiros.

Um dia fabuloso
com promessas de aqui voltarem
e desejos de outras aventuras

Estarei sempre disponivel para os guiar e presentear

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